domingo, 16 de outubro de 2011

CENTENÁRIO DO TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO - NOVOS OLHARES DE OUTROS ARTISTAS

O Espaço Paulista de Arte homenageia o Teatro Municipal de São Paulo em seu centenário, com uma exposição coletiva de artistas contemporâneos, em que “cada um representou, através de sua pintura, bailarinas e músicos que se reúnem em passeio entre os personagens esculpidos do jardim da praça do teatro”, conforme o convite.
São quadros – óleos e aquarelas – e esculturas, dos artistas Alexandre Reider, Avelino, Ferracioli, Gladys Maldaun, Marcelo Neves, Marcus Cláudio, Roberto Rossant e Wagner Aniceto. O teatro é visto através de cenas imaginadas, como a obra de Marcus Claudio com a chegada de pianos Pleyel, em carroças, supostamente na época da inauguração; cenas reais, como a escadaria que leva ao Vale do Anhangabaú, com suas esculturas: Carlos Gomes e seus personagens, por Gladys Maldaun; e, cena não só real, como também atual, do Maestro Jamil Maluf regendo a Orquestra Experimental de Repertório, e alguns de seus músicos, por Alexandre Reider. O prédio em si é lembrado por uma vista parcial de sua fachada, feita por Avelino. Outras obras são bailarinas, máscaras e até um Dom Quixote, de Ferracioli, que lembra o balé de mesmo nome.
O Teatro Municipal de São Paulo, “inaugurado em 12 de setembro de 1911, é considerado um dos ícones de nossa cidade. As reformas físicas e estruturais pelas quais passou a partir de 1952 procuraram dotá-lo de recursos técnicos e administrativos, deixando-o atualizado e inserido num circuito cada vez mais exigente para a realização de espetáculos. Agora, em 2011 - ano de seu centenário, está reformado com tecnologia de ponta, cuidadosamente restaurado e reformulado (...)”, informa Sergio Roberti de Nucci, em transcrição de trecho de seu livro inédito Teatro Municipal de São Paulo – A mágica interface de uma ribalta.
A Exposição em homenagem aos 100 anos do Teatro Municipal de São Paulo estará aberta ao público de 15 a 30 de outubro de 2011, de segunda a sábado, das 10h às 20h. Vernissage dia 22 de outubro de 2011, sábado, das 12h às 18h.

Espaço Paulista de Arte
Rua Francisco Leitão, 190/198, Pinheiros, São Paulo, SP
Fone (11) 3062-0653
www.espacopaulistadearte.com.br

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CONTOS E CRÔNICAS DO BEXIGA

O bairro Bela Vista comemora neste mês de outubro os 133 anos, ao mesmo tempo em que o país comemora o início do Ano Brasil-Itália. Bairro paulistano famoso por sua população italiana, a Bela Vista – ou Bexiga – ganha como presente de aniversário uma leitura amena e gostosa: Momentos do Passado – Contos e Crônicas do Bexiga. O autor, Rodolpho Civile, nasceu, cresceu e manteve clínica médica no bairro, à Rua Maria José, quase esquina com a Rua Major Diogo. Hoje, aposentado, escreve “para preencher a velhice”...
Apesar de sumamente despretensioso, o Dr. Rodolpho pinta tipos humanos muito verdadeiros e fáceis de reconhecer: o barbeiro, o palhaço do circo, o colchoeiro, relojoeiros, as fofoqueiras (as alegres comadres do Bexiga)... Isto é, diversas profissões em extinção – exceto as fofoqueiras!
Nascido em 1925, graduado em Medicina em 1952 e exercendo a clínica médica durante 25 anos, Dr. Rodolpho presenciou inúmeras mudanças urbanísticas e humanas no bairro: ele se refere aos bondes diversas vezes, dá à atual Praça da Bandeira o nome de Largo do Piques, fala da favela Saracura, do Cine Rex, da Confital e do Hotel Danúbio etc. E cita muitas vezes a tradicional Escola de Samba Vai-vai e seus integrantes, bem como a Igreja de N. Sra. Achiropita, símbolos do bairro.
Quanto aos seres humanos, “procurei colocar no papel indivíduos com características de personalidade que se sobressaíam da coletividade e que me chamaram a atenção”, explica no 6º. capítulo, do total de 30.
Não obstante o fato de serem caracterizados como indivíduos de tempos passados, a uma observação mais próxima e diária podemos notar que, mudadas as exterioridades, em essência muitas daquelas pessoas simples, sobretudo os afro-descendentes, continuam circulando pelas ruas do Bexiga, com os mesmos problemas do passado: falta de oportunidades, pobreza crônica e tudo o que se transmite de geração a geração, entre os deserdados da divisão de riquezas.
Momentos do Passado – Contos e Crônicas do Bexiga é um livro que nos leva a fixar os olhos numa paisagem física e humana peculiar, que se perpetua em sua modéstia e desaparece diante do progresso aparente. Um progresso que não muda muito os fatos – apenas nos faz olhar para o que (supostamente) virá –, deixando de ver o que foi e que continua sendo, revestido de sua conveniente invisibilidade.

Este livro pode ser solicitado pelo cel. (11) 9540-4200, pelo preço de R$.30,00.